A grande maioria dos casos de mau hálito, ou halitose, tem origem na boca, um ecossistema no qual vivem centenas de espécies de bactérias com diferentes necessidades nutricionais. Quando essa flora digere proteínas, podem ser liberadas substâncias que têm mau cheiro, como o gás sulfídrico, resultante do metabolismo anaeróbico e o odor característico de ovo estragado, e o escatol, uma substância que também é encontrada nas fezes, por exemplo.
A halitose costuma não ser percebida pelos portadores do distúrbio, mas chega a provocar repulsa nas pessoas que se relacionam com eles.
Pesquisas recentes demonstraram que a principal região anatômica responsável pelo mau hálito é a área posterior da língua, no fundo da cavidade oral. A explicação é simples: essa região, além de receber um fluxo diminuído de saliva, contém grande número de pequenas criptas nas quais as bactérias podem alojar-se. Nesse local privilegiado, elas digerem as proteínas dos restos alimentares ali retidos e as contidas no muco que goteja imperceptível dos seios da face na direção da faringe (gotejamento pós-nasal).
É possível medir o grau da halitose utilizando aparelhos como o halímetro. Existem alguns modelos portáteis que permitem aos pacientes controlar a intensidade do distúrbio.
Causas
1) Má conservação dos dentes, inflamação das gengivas, pedaços de alimentos retidos entre os dentes, abscessos;
2) Menor produção de saliva (por isso, o odor matinal é sempre mais forte do que os que ocorrem durante o dia);
3) Ressecamento da boca decorrente de jejum prolongado, desidratação, exposição ao ar condicionado, estresse, uso de certos medicamentos, assim como respirar pela boca e falar por muito tempo;
4) Presença de saburra lingual, isto é, de uma placa bacteriana esbranquiçada, amarelada ou amarronzada, que se forma no fundo da língua;
5) Consumo excessivo de álcool;
6) Infecções como amidalites, sinusites, etc.
Diagnóstico e Tratamento
A halitose não é uma doença, mas um sintoma de que algo não vai bem no organismo. Por isso, é fundamental determinar a causa do odor desagradável na boca, para introduzir o tratamento que, ás vezes, pode exigir a participação de especialistas em diferentes áreas.
Recomendações
* Beba bastante água, pelo menos dois litros por dia, para manter a boca sempre umedecida;
* Evite permanecer muitas horas sem alimentar-se; o jejum prolongado favorece o aparecimento da halitose;
* Capriche na higiene bucal. Quando escovar os dentes, use também o fio dental e passe a escova com delicadeza especialmente na região posterior da língua;
* Certifique-se de que os níveis de glicemia estão dentro da normalidade e que o funcionamento do estômago, rins e intestinos não apresentam nenhuma alteração;
* Utilize, de vez em quando, goma de mascar ou balas sem açúcar, que ajudam a aumentar a salivação.